segunda-feira, 18 de junho de 2012

Façam o favor de ser felizes!

As coisas estão como estão por causa de nós humanos! O poder é o grande corruptor, seja ele qual for, o ego, a ideia que temos de nós mesmos, foi, é e será sempre corrompida pelo poder.

Quanto maior o poder maior a corrupção!

E é essa a nossa natureza! Em primeiro o Ego seguida do poder e da corrupção provocada por ele!

Mais nenhum ser vivo na terra chegou ao nível de dominância sobre o meio que o rodeia como nós, nem à beira do abismo!

Em todas as espécies superiores existem hierarquias de poder mas todas vivem em consonância com leis e regras naturais, mais alimento mais elementos e menos alimento menos elementos, nós não! Nós há muito que produzimos o nosso alimento em quantidades supérfluas, e comemo-lo em quantidades supérfluas! Cedo o bem do grupo deixou de parecer significar o bem do individuo e é aqui que começa a corrupção, pelo poder, do ego. O favorecimento de Eu em detrimento de outro só é possível pela posição de poder que Eu detém sobre outro, o poder que um membro tem sobre a família, o poder que um patrão tem sobre o empregado, o poder que um governo tem sobre um povo, o poder que uma nação tem sobre outra ou o poder que a humanidade pensa ter sobre o mundo que a rodeia, e quanto mais distante a relação de poder entre quem pode e quem sobre o poder é exercido menos evidente é o beneficio do todo sobre o individuo e maior é a corrupção que o poder exerce sobre o Ego.

Numa alcateia o casal alfa alimenta-se primeiro e dos melhores pedaços da presa mas nunca o resto da alcateia fica sem comer pois isso determinaria o enfraquecimento dos menos poderosos dentro da mesma e a incapacidade de desempenhar eficazmente o seu papel na obtenção de alimentos condenando o futuro da alcateia, seja pela morte dos mais fracos o que diminuiria o sucesso na obtenção de alimentos do grupo e à morte pela fome de todos os membros seja pelo eventual surgimento de conflitos sociais dentro da alcateia e a destruturação da mesma.

Nos humanos, e em qualquer dos exemplos acima expostos o resultado final e processo para o atingir é idêntico.

Quanto maior for o distanciamento entre quem detém o poder e o resto do grupo maior é a facilidade com que o poder exerce a sua corrupção sobre quem o detém levando ao beneficio próprio em detrimento do resto do grupo devido à aparente menor evidencia da relação entre o bem-estar do grupo e o bem-estar do eu com as consequências em tudo idênticas à alcateia, seja pela disfunção familiar, seja pela greve e queda da produtividade, seja pela revolução de um povo, seja pela guerra em que todos perdem ou seja pela condenação da espécie à entropia pela destruição do seu próprio habitat.

É no entanto uma característica única da espécie humana, o Ego, foi ele que permitiu chegar tão longe, primeiro pela atividade da agricultura e apascentamento de gado por forma a não depender do sucesso da atividade de caçador recolector dando origem a um excedente alimentar e logo mais alimentos mais elementos, a consciência do Eu e da importância do grupo para a sobrevivência do Eu deu inicio à revolução agrícola, com esta necessidade básica suprida deixou de ser tão evidente a interdependência vital entre o detentor do poder e os outros e agudizaram-se os problemas dentro do grupo, desde então a corrupção que o poder exerce sobre quem o detém nunca mais adormeceu e o beneficio individual, o beneficio do Eu, nunca mais parou, o ser humano fora corrompido para sempre, nunca mais faria esta espécie parte do todo natural, a exploração dos mais fracos pelos mais fortes, as guerras que surgem sempre que as fronteiras de uma colónia humana se aproxima de outra, a má distribuição dos recursos alimentares pelo globo levando à abastança de uns e à fome de outros, a riqueza do circulo de poder e a desgraça, fome e miséria que grassa a seus pés.

Mais alimentos mais elementos, o desmesurado crescimento da espécie humana e consequente destruição dos recursos que lhe servem de habitat.

Como espécie chegámos longe, muito longe, e quem sabe, longe demais, aparentemente esta caminhada a passos largos parece aproximar-se inexoravelmente do fim do caminho, à beira do abismo.

Pode parecer aterrorizante, pode até parecer desmoralizante, mas é assim que somos, todos e qualquer um de nós quando expostos à força corruptiva do poder só com grande autocontrolo lhe resistimos, e quanto maior o poder, maior é o poder de corromper tal como o é quanto maior for a distancia entre quem o detém e sobre quem ele é exercido.

O poder que nos trouxe aqui é o mesmo que nos tirou das cavernas.

Somos assim e ao longo dos tempos sempre demos a volta, e quando o bem do grupo é de tal forma posto em causa que põe em causa o bem do individuo sempre nos elevámos ao nosso melhor, somos uma espécie abençoada e castigada, para o bem e para o mal, somos capazes das maiores maravilhas e dos ações mais aterrorizantes.

É assim que somos e é-nos fácil criticar sem calçarmos os sapatos, mas negarmos que assim somos é negar a nós mesmos e tentar separar os dois lados indivisíveis da natureza humana.

É até possível que a beira do abismo esteja longe, mesmo que esteja perto nada nos obriga a dar uma volta de 180º para mais uma vez nos elevarmos, basta virar a 90º e caminhar na beira, se virarmos a 91º já nos afastaremos desse abismo, lentamente mas certamente.

Podemos chorar e lamentar individualmente mas não muda o que somos coletivamente e não impede o sol de nascer nem trás alegria a nós e aos nossos, podemos apontar culpas mas não muda as nossas, mas podemos olhar para o espelho, compreender que assim somos coletiva e individualmente, que um sorriso é mais bonito que uma lamuria, que um elogio é mais produtivo que um insulto, que uma casa se constrói pelos alicerces e não pela chaminé, que o pouco de cada um é o muito de todos e que todas as mudanças tem de ter uma origem.

Por isso!

Façam o favor de ser felizes!