quarta-feira, 13 de abril de 2011

A importância de se Ser Humano

O que nos afasta do resto dos animais?
Se somos 99% geneticamente idênticos aos chimpanzés, porque somos tão diferentes?

Nós somos, até à data, o culminar evolutivo de uma longa série de tentativas e erros, outros houve entre nós que foram assimilados ou extintos, mas nós “Homo Sapiens Sapiens” temos ganho cada batalha evolutiva e aparentemente viemos para ficar!

A corrente evolucionista considera que a postura bípede foi fundamental para desencadear o salto que nos afastou definitivamente dos outros primos que evoluíram até aos chimpanzés de hoje. Ao permitir o crescimento da caixa craniana no sentido occipital levou ao aumento da massa encefálica, mas só isso não chega pois o cachalote tem um cérebro muito maior que o nosso e aparentemente não é mais inteligente.

O desenvolvimento de uma linguagem complexa e o seu uso constante talvez explique melhor esta vantagem, mas para a compreender é preciso viajar desde a caverna até hoje.

Antes de o Homem aprender a controlar o fogo passava os dias a caçar, a recolher alimentos e a cuidar da prole, levantava-se ao raiar do sol e deitava-se com o poente, eram dias muito atarefados pois deles dependia o sucesso da tribo ou a sua possível extinção pela fome. Com o domínio do fogo o dia-a-dia não mudou mas as horas úteis de luz aumentaram com a fogueira na caverna e as preocupações na defesa contra predadores foram bastante facilitadas.

Estas horas extras de luz, principalmente nas longas noites de inverno deram origem a um comportamento social que subsiste nos dias de hoje, a comunidade sentada à volta da fogueira a contar histórias, a usar a linguagem e porventura a imaginação de forma a manter a pequenada entretida noite após noite.

É neste ambiente de histórias à volta da fogueira que se dá um importante pulo evolucional com a reunião de vários factores favoráveis.
O uso constante da linguagem promove, através da vibração das cordas vocais, a circulação do líquido céfaloraquidiano limpando e libertando o cérebro dos lixos metabólicos que toldam as capacidades intelectuais, trata-se de uma observação bem documentada que afecta os indivíduos que vivem isolados e que por falta de comunicação com outros vão perdendo capacidades intelectuais.
Contar histórias é uma forma excelente de estimular a imaginação tanto do que conta como do que ouve, e estimular a imaginação é criar novas ligações neuronais, ampliar as áreas de actividade cerebral aumentando as capacidades intelectuais.

Este comportamento subsiste nos dias de hoje mesmo com o rádio e a televisão e tudo o resto que inventámos para ocupar “as longas noites de inverno”. Praticamente todos passámos por isso em crianças como ouvintes e voltaremos a passar como contadores quando formos pais e mães, o acto de contar uma história antes de dormir a um filho é o reencenar das noites passadas à volta da fogueira há muito tempo atrás numa qualquer caverna. Podemos dizer que a intenção é estimular o interesse pela leitura ou induzir o sono mas a razão principal deste acto é a estimulação da imaginação das crianças e é esta mesma razão que faz com que eles tanto gostem, por que as faz “sonhar”.

Aprendemos a dominar o fogo, mais nenhuma espécie o fez até então ou depois de nós.

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